04/03/2019_Yearners e Schoolers
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Edição revisada. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Reflexão acerca de alguns apontamentos do texto e observações pessoais sobre a evolução da educação no Brasil:
Segundo Papert há dois grupos distintos na educação, os Yearners - expressão utilizada para aqueles que desejam fortemente algo difícil de se realizar, e os schoolers – defensores da instituição escolar na sua estrutura atual.
A escola brasileira, há 40 anos atrás estava inserida em outro contexto social e mantinha um certo "domínio" tanto sobre as práticas docentes, quanto discentes. As tecnologias de que as instituições de ensino dispunham eram limitadas aos livros, quadro e giz.
O educador, por sua vez, tinha o papel de transmitir o conhecimento e cobrar resultados positivos dos alunos. Ao mesmo tempo a figura do professor tinha maior prestígio e respeito por parte da sociedade.
Quanto aos alunos, acredito que em sua maioria, tinham disciplina e respeitavam as regras, mas não eram parte fundamental do processo e não tinham liberdade para expressar livremente sua opinião e ou criticar o ensino.
Hoje, as escolas “sobrevivem” com os recursos que estão cada vez mais escassos e perderam boa parte da sua autonomia para atender as exigências advindas de instâncias superiores, que visam suprir demandas de ordem social, econômica e política.
Nesse contexto a figura do professor está fragilizada e não está mais representada como autoridade, pois ele precisa atender e mediar diversas situações de âmbito social e estrutural. Falta recursos tecnológicos, falta muitas vezes recursos básicos e até mesmo espaço físico suficiente para realizar um trabalho diferenciado.
O aluno espera que possamos atender às suas expectativas, uns passam por situações precárias e aguardam um pouco de atenção e carinho, enquanto outros anseiam por aulas atrativas e mais interessantes que o uso de seus celulares e tablets. Isso é no mínimo um desafio para a educação atual e para os professores que ainda vislumbram uma educação melhor.
Acredito que, enquanto as políticas públicas não derem prioridade à educação, não irá se modificar esse panorama, as escolas continuarão “sobrevivendo” com poucos recursos, os professores sendo cobrados e pouco valorizados e os alunos no meio dessa “bagunça”, tentando entender.
Mas, se por outro lado, superarmos a falta de estrutura e de vontade política, daqui algum tempo poderemos comemorar algumas exceções. Onde o papel do professor como mediador e incentivador, aliado ao uso da tecnologia possibilitará avanços na área educacional.
Yarners ou schoolers, todos buscamos uma escola de qualidade para nossos filhos e para sociedade, devemos portanto, arregaçar as mangas e fazer essa escola acontecer!
Disponível em: <https://image.slidesharecdn.com/tecnologianaescola-101028065049-phpapp02/95/tecnologia-na-escola-1-638.jpg?cb=1422638191> Acesso em: 10 Mar. 2019.
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